quarta-feira, 22 de abril de 2009

Mira Bhai







“Eu ouço teu passo silencioso e subo ao alto da colina para ver-te.
É nesta hora que os sapos coaxam e os pavões chamam, o koel grita, o cuco canta.
Indra exulta, chama as nuvens dos quatro lados, interrompe os trovões, que calam tímidos.
A Terra tem nova roupagem, e espera seu encontro com o céu.
Sem estar pronta como todas as noivas, Mira diz a Hari ‘Por que não vens?’”

Este poema exprime a devoção impar de Mira Bhai, uma das mais conhecidas devotas de Krishna e mulheres santas que já pareceram por estas bandas.
Mira nasceu no Rajastão norte da Índia no ano de 1498, filha de um rei Rajput (clã kshatrya que reinava no Rajastão) na vila de Kudki, quando era muito nova por volta de 3 anos um peregrino passou por sua casa e ele portava uma pequena deidade de Krishna e ela caiu de amores pela deidade, após a partida do peregrino ela se recusava a a comer sem a presença de seu amado Krishna e após ter um sonho sobre Mira e Krishna o peregrino voltou e deu a deidade a menina, que representa Krishna como Giridhari “aquele que levanta a colina (Govardhana em Vrindavana, que Krishna levantou para proteger os pastores da ira de Indra) que nunca mais se separou dela.
Ainda criança Mira viu uma procissão de um casamento e perguntou a sua mãe quem iria ser seu noivo, a mãe meio séria meio brincado disse que seria Sri Krishna.
Ainda nova seu pai a deu em casamento ao príncipe Bhoj Raj da cidade de Chittor.
Mira casou-se a contra gosto e foi viver em Chittor com a família do marido, lá já foi criticada por não querer adorar a deidade da família do marido que era a Deusa Durga, ela era totalmente devotada a Krishna, então por inveja uma cunhada disse ao marido de Mira que ela estava a no seu quarto com outro homem o príncipe foi então com espada na mão e ao abrir a porta encontrou mira fazendo suas adorações à Krishna, Mira não ligou para as criticas pois quem ama Deus não reconhece restrições de nenhum tipo, largam tudo e vão em direção ao amado.

“Eu soltei os véus da razão e corri,
Em fuga fui me abrigar a Teus pés”

A família de seu esposo não gostava de suas ações, mas sua fama de santa já estava se espalhando pela região, e pelo destino seu marido e sogro morreram e Mira se recusou a cometer o rito de sati (onde a viúva se atira no fogo na cremação do marido) pois na verdade ela era casada com Krishna e não com um mortal.
Então seu cunhado que foi entronado como rei começou a persegui-la, e não conseguindo quebrar sua devoção tentou mata-la, mas seu Senhor Giridhari (Krishna) sempre a protegeu.
Primeiro o rei mandou uma cesta de flores com uma serpente escondida, Mira absorvida em adoração colocou a mão na cesta para pegar flores para o puja e de repente sente algo ao olhar a serpente havia se transformado em uma Salagrama Sila, uma pedra que é uma manifestação do próprio Krishna.
Depois determinado a matar Mira o rei manda um copo de bebida envenenado,
Mira como toda vaishnava oferece antes para Krishna e o liquido se transforma em néctar.
Novamente não satisfeito o rei tentou mata-la de farias formas mas Mira foi sempre salva por seu Senhor Giridari.
O rei então a amaldiçoou e quis que ela se matasse , a saber deste desejo Mira pondera em acabar seus laços com a família e se atirar em um rio, mas uma voz a deteu dizendo “ É um grande pecado você se matar, vá para Vrindavana” ( a terra de Krishna)
Então ela saiu do palácio expulsa deixando a antiga família e foi para Vrindavana onde encontrou com muitas pessoas santas, um certo dia encontrou com Jiva Goswami ( um dos seis famosos goswamis de Vrindavana discípulos de Sri Caitanya Mahaprabhu, que é o próprio Krishna encarnado).
Jiva não lhe concede uma audiência e manda um recado que dizia que ele era um swami que tinha um voto de não falar com mulheres de forma alguma, swami significa entre outras coisas Senhor.
Mira ao ouvir o recado ri e diz: “Pensei que o único Swami de Vrindavana fosse Krishna, mas vejo que encontrei um rival para Ele!”
Ao ouvir a resposta Jiva Goswami fica satisfeito pois sabe que entre devotos puros não existem distinções deste nível, vai ao encontro de Mira e se juntam a falar sobre tópicos transcendentais sobre o Santo Nome do Senhor Hari.
Depois Mira vai em direção a Dwaraka onde Krishna viveu como rei cantando suas canções onde fala sobre a separação que sentia de seu Senhor.

“Águda é a minha dor
Pela ausência desta noite:
Quando se erguerão novamente
Os raios da aurora?
A luz da lua – ó lâmina triste-
Não traz conforto ao meu coração;
Se adormeço, acordo em desalento
Agoniada pela distância:
Senhor da misericórdia, Senhor da graça,
Dai-me as bênçãos de tua face”

Mira foi então ao templo e chegando lá encontrou uma comitiva de Chittor que disse que após ela ter sido expulsa da província o reino passava por tempos difíceis com secas entre outras calamidades e pediram para ela voltar ao que ela negou, desesperados com a recusa as pessoas falaram que jejuariam até a morte caso ela não mudasse de idéia. Mira sabia que seria responsável pela morte das pessoas se não voltasse mas não queria abandonar seu Senhor, foi até a deidade no templo e se dirigiu a Krishna em um cântico que inspirou depois Gandhi diante das dificuldades que é:
Hari te harinya jan ro bhir (Senhor Hari, tu aliviais o fardo daqueles que te adoram)
Então mira atirou-se contra a deidade de Krishna que a absorveu na frente de todos reunidos, e as chuvas e boa fortuna voltaram a reinar sobre Chittor sua antiga cidade.
Mira compôs muitas canções (não se sabe ao certo o numero delas seriam entre 400 a 1.200) onde geralmente se porta como uma amante a espera de seu amado divino como nos poemas abaixo:

“O que é isso
Que eles chamam de encontro?
A noite passa em espera,
o dia é dedicado à espera
Quando Ele raia em meu quintal,
Adormeço para a verdade das coisas
Mira diz:
Existe mais um alma que dê um vislumbre de si
e deixe claras as chamas internas?”


“Qual o meu lugar nativo senão Ele?
O que navega meu coração a não ser seu nome?
Meu barco quando quebra a quem procuro a não ser Ele,
sempre outra vez e sempre?
Deixa que me esconda Mira diz,
Neste refugio.
A maré do mundo esta proxima."

Templo de Mira em Chittor.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

ஸ்ரீ சிவ நடராஜம் Nataraja


Um seguidor da cultura védica seja ele vaishnava, shaiva ou shakta se curva diante da beleza do ícone de Shiva Nataraja, considerados por muito como o escultor francês Rodin como a perfeita expressão do movimento rítmico.
Nataraja significa rei da dança, um epíteto de Shiva representado principalmente em bronze e adorado principalmente entre o tamis (naturais do estado de Tamil Nadu, Índia) no templo de Chindabaram, a forma mais comum é de Shiva dançando em um circulo de chamas com a perna esquerda levantada e quatro braços. Shiva tem dois estilos de dança a chamada lasya (digamos gentil) e a tandava (mais enérgica) na forma de Nataraja está representada a forma de tandava.
Os principais componentes representados no ícone de Nataraja são:
- a mão direita superior que carrega o tambor damaru que representa o som da criação e marca o ritmo da dança, com o damaru rasta um mudra especifico.
- a mão esquerda superior que carrega o fogo da destruição que com a mão direita sugere os extremos e o tempo que vai da criação à destruição.
- a mão direita inferior está em abhaya mudra que significa para não ter medo e a proteção contra o mal e a ignorância.
- a mão esquerda inferior aponta para baixo em direção a perna levantada significando liberação aos que seguem o dharma.
- o anão sobre o qual Shiva dança apasmara ou a ignorância (também chamado epilepsia).
- as tranças dos cabelos de Shiva geralmente atados ao topo da cabeça se soltam e destroem os planetas e os astros.
- Ganga Devi ( a deusa do rio Ganges) é representada como uma sereia e suas agús se vaporizam durante a dança.
-o circulo de chamas representa o mahatattva ou universo manifestado.
- a serpente que envolve o abdômen de Shiva representa a Kundalini ou a Shakti que existe dentro de todos os seres.
- o rosto sereno de Shiva com um leve sorriso representa a Sua neutralidade.
Esta forma representando Shiva dançando foi criada durante a dinastia Pallava (a partir do século VII) e refinada durante o período da dinastia Chola (a partir do século IX) onde tomou o formato mais conhecido, pois os Cholas tinham Nataraja como deidade principal de sua família (kula-devata).
Para ela (a deidade) os Cholas construíram o imenso complexo do templo de Sabhanayaka Nataraja em Chindambaram na antiga floresta de Tillai, local onde Shiva mostrou a dança sagrada numa disputa de dança com sua esposa na forma de Kali Devi.
Segundo a história alguns sábios (Vyagrapada e Patanjali) queriam ver a dança de Shiva e sabiam que ela ocorreria naquele local para onde se digiram e fizeram penitencias esperando o grande evento.
Shiva foi desafiado por Kali para ver quem dançava melhor e receberia o título de melhor dançarino, ao saber da disputa os Deuses se dirigiram ao local, pois ninquem queria perder o grande show da kalpa (kalpa é uma das quatro eras)!!!.
Sri Vishnu tocou a Mrdanga (tambor de duas peles), Brahmaji os kartalas (cimbalos de mão), Saraswati a Veena (instrumento de cordas), Lakshimi o canto, Indra tocou flauta, e outros deuses acompanhavam com palmas ritmadas (só tinha músicos feras rs), assim começou a dança da bem-aventurança ou anandatandavam.
Os dois dançarinos se empenhavam em fazer os mais difíceis movimentos e Shiva levantou o pé acima de sua cabeça o que fez mostrar seus genitais, Kali não querendo que lhe acontecesse o mesmo não fez tal movimento e Shiva então saiu vencedor da disputa. Kali então teve de sair e hoje é adorada nos limites de Tillai (Chindambram).
Com certeza hoje é um dos mais famosos símbolos da Índia.

Shiva na Urdhavatandava a posição que Kali não quis fazer.

Algumas das 108 posiçoes ou karanas da dança de Shiva na tandava.















quarta-feira, 15 de abril de 2009

Lotus sagrado








Mralini, Kijala, Ambuja, Aravinda, Utpala, Nalina, Pagkala, Padma, Sarasija, Abja, Kamala, Pangkaja, Nalini, Caarunaalaka, Puskara, Indivara, Kumuda, Kairava, Pundariika, Raajiva em sânscrito ou como nós conhecemos lótus ou no nome científico Nelumbo Nucifera.
A flor de lótus é o símbolo máximo da pureza e da busca espiritual na cultura védica e no budismo, o lótus cresce em águas lodosas e ao subir acima da superfície da água abre-se para o sol em toda sua beleza imaculada e perfume inigualável, assim uma alma quando se volta para Deus (o sol) desabrocha para a vida espiritual pura e plena de bem-aventurança e conhecimento como ela é originalmente.
Nas artes, os seres divinos e santos são representados sobre flores de lótus como representação que eles estão acima deste mundo, não tocados pelos defeitos dos seres comuns. O lótus também serve como símbolo carregado por muitas deidades e por Deus em Sua forma de Sri Vishnu e principalmente por Sri Lakshmi que em sua forma mais comum como Gajalakshmi carrega dois botões de lótus nas mãos.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ahobilam


Lakshimi Narasimha
Entre os vaishnavas uma das formas mais incríveis e adoradas do Senhor é Nrshinhadeva, o leão divino encarnação da ira de Sri Vishnu como meio homem meio leão que veio para salvar seu querido devoto Prahlada do pai demoníaco.
Na Índia o estado que mais adora esta forma do Senhor é Andra Pradesh no sul da península, e entre vários locais devotados a Narasimha o mais santo é Ahobilam onde Nrsimhadeva apareceu. E considerado um dos 108 Divyas Desam (moradas Divinas de Sri Vishnu) e foi cantado em glorias por Tirumangai Alvar (ver o post sobre Tirumangai).
Até pouco tempo atrás era uma cidadezinha meio esquecida, cercada pela reserva florestal de Nallamala, a região é a única no mundo onde se adoram as 9 formas do Senhor Nrsimha, que são:
Varaha Narasimha
Malola Narasimha
Yogananda Narasimha
Pavana Narasimha
Karaancha Narasimha
Chatravata Narasimha
Bhargava Narasimha
Jwala Narasimha
Ahobila Narasimha
As Deidades se espalham em uma área entre a cidade, vilas e a floresta, dividido em duas zonas a Ahobilam Alta e Ahobilam Baixa, na parte alta ficam as cavernas que são usadas como templos e em nem todas elas a deidade tem uma adoração regular devido à dificuldade para chegar nestes locais.
Ahobilam Baixa.
Na parte baixa o principal templo é o de Prahlada-varada Narasimha ou Lakshimi Narasimha que tem mais de 900 anos e fica no centro da cidade, onde se adora a forma de Nrsimha abençoando Prahlada Maharaja, é um belo templo com muitas esculturas descrevendo as formas de Nrsimhadeva, a certa distancia deste fica o templo de Chatravata Narasimha sobre uma árvore pippal (figueira), e a partir deste a caminho da parte alta existem os templos de Karanda Narasimha e Yogananda Narasimha onde se diz que o Senhor ensinou yoga a Prahlada.
Ahobilam Alta.
O principal templo é o de Ugra Narasimha (ugra significa irado) dedicado a Narahari na forma que sai da coluna para matar Hiranyakasipu, a deidade é auto-manifesta e esta dentro de uma caverna, o templo fica sobre uma colina e tem as montanhas de fundo, próximo a este templo fica o templo de Krodha Narasimha na caverna de Vaharanarasimhar onde existem duas deidades a de Vaharadeva (encarnação de Javali) e Nrsimhadeva, que são adoradas nesta caverna á milhares de anos. O próximo templo é o de Malola Narasimha onde a deidade é adorada numa forma pacifica ou santa-rupa junto com sua consorte Sri Lakshmidevi.
Subindo as colinas o próximo templo a ser visto é o de Jwala Narasimha onde o Senhor é adorado numa forma chamado Ugrakala, neste local acredita-se que demônio Hiranyakasipu foi morto pelo Senhor, a deidade fica em uma caverna de frente a um penhasco e é de difícil acesso de lá já se vê o local onde estava a coluna de onde surgiu o Senhor ou Ugra-sthamba que é alcançado após uma árdua caminhada até o topo da montanha, o local é marcado por uma bandeira e pelas pegadas gravadas em pedra do Senhor Narahari.
O próximo templo é o de Pavana Narasimha onde uma forma shakta do Senhor é adorada, neste templo quando se oferece caldo de cana para a deidade ela bebe e “vomita “ uma parte de volta como prasada ( comida santificada).
A cidade de Ahobilam também e a sede do ramo Vadagalai da Sri Sampradaya (divisão do vaishnavismo ou culto a Vishnu)

Sri Maloola Narasimha koil (templo)




Sri Bhagava Narasimha.


Sri Ugra Narasimha.

Marca dos ´pés de lótus de Sri Narasimha no local onde havia a coluna de onde Ele emergiu a ugra-sthamba.
Sri Yogananda Narasimha.


Ugra Sthamba.


Sri Pavana Narasimha.
Templo de Lakshimi Narasimha.


Coluna no templo de Lakshimi Narasimha.

Templo de Kroda Narasimha.
Sri Kroda Narasimha.


Karanja Narasimha koil.
Templo de Jwala Narasimha.
Deidades em Jwala Narasimha, onde Ele aparece brigando e depois matando Hiranyakasipu.



Templo de Chatravata Narasimha.

Sri Chatravata Narasimha.

Templo de Ugra Narasimha.

Kunda (tanque) abandonado no meio da floresta.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Nagas as serpentes divinas.


Nagaraja em mural de templo , Sri Lanka.

Patanjali o escritor dos yoga-sutras.


Vishnu e Sesha Naga

“O demônio de um homem é a deidade de outro”, na tradição védica (e em outras tradições religiosas antigas) a adoração a nagas (serpentes) é uma constante e representa o substrato mais antigo das tradições, na tradição judaico-cristã são vistas como encarnações do mal, nas culturas tradicionais a historia é bem diferente.
No contexto védico e nas culturas decorrentes desta (budista, jaina, sikh) as nagas são vistas como seres divinos, dentro da cultura vaishnava (em que eu me enquadro) Krishna (Deus) se expande primeiro como Balarama, e este se expande como Ananta-Sesha que significa “infinita – eterna” uma serpente e mil cabeças, e Vishnu usa esta serpente como cama e trono. Balarama também sempre é representado com uma Naga sobre sua cabeça.
Shiva usa nagas como adornos e ele distribuiu o veneno que bebeu ( na historia da batedura do oceano de leite) entre serpentes e escorpiões tornando-os venenosos, Ganesha usa uma naga como cordão sagrado, Buddha foi protegido de uma tempestade pela naga Muchalinda, Patanjali o criador do sistema de yoga é uma encarnação de Sesha-Naga e tem corpo meio serpentino, além de muitas outras deidades que tem alguma ligação com as serpentes e deidades serpentes como a deusa Manasa.
A história das nagas no mundo material (serpentes divinas como Ananta-Sesha são formas do Senhor, portanto não são materiais) começa com a historia do sábio Kasyapa e de suas duas esposas Kradu e Vinata.
As duas esposas queriam ter filhos, Kradu queria ter-los em grande número e Vinata queria ter poucos mais poderosos filhos. Desta forma o sábio Kasyapa satisfez seus desejos e Kradu teve 1000 ovos que se tornaram serpentes e Vinata teve apenas dois de onde nasceram Aruna ( aurora) o quadrigario de Surya o Deus Sol, e Garuda o vahana ou montaria do Supremo Sri Vishnu.
Vinata foi mais tarde escravizada por Kradu o que resultou na eterna inimizade entre Garuda e as serpentes (ver o post sobre Garuda ), após vários incidentes que levaram a liberação de Vinata por Garuda, Kradu desejava novamente escraviza-la e tento a certeza de conseguir novamente o feito pedia ajuda a seus filhos serpentes e obtendo a relutância de seus descendentes Kradu irada os amaldiçoou para que fossem mortos em um sacrifício de fogo.
Sabendo da maldição Vasuki o então rei das nagas aproximou de um asceta renomado Jaratkaru com uma proposta de matrimônio do sábio com deusa serpente Manasa, sua própria irmã, esperando assim gerar um herói para salvar as serpentes de seu destino, da união nasceu uma criança de esplendor celestial de nome Astika que seria o salvador das serpentes.
Após a morte de Maharaja Pariksit (neto de Arjuna o pandava) amaldiçoado por um brahmana de ser morto por uma serpente, seu filho Maharaja Janamejaya decide se vingar das serpentes e cumprindo a maldição de Kradu faz um sacrifício onde serão oferecidas todas as serpentes, pelo poder dos sacerdotes e dos mantras as serpentes eram chamadas por seus nomes e arrastas ao fogo e consumidas por ele.
O sacrifício então tomou proporções de genocídio quando Astika foi intervir, aproximando de Janamejaya e glorificando o sacrifício com eloqüência satistazendo Maharaja Janamejaya, que ofereceu uma benção a escolha de Astika, que prontamente pediu que o sacrifício fosse encerrado, e mesmo lamentando Janamejaya foi fiél a sua palavra e encerrou o sacrifio.
Além desta historia o Mahabharata também varias passagem em que sita as nagas como o relacionamento entre Arjuna e a princesa naga Ulupi que lhe deu um filho chamado Iravat que foi morto durante a batalha de Kurukshetra.
Na religião tradicional as nagas são deidades protetoras das nascentes, dos corpos de água dos subterrâneos e guardiãs das jóias que usam sobre suas cabeças para iluminar os mundos inferiores onde habitam e protegem o conhecimento esotérico.
São objetos de extrema veneração principalmente no sul da Índia adorado em deidades chamadas “nagakal” ou serpentes de pedra, acredita se que trazem fertilidade (matar uma serpente faz uma pessoa ser estéril na próxima vida) e bons filhos aos seus adoradores, o principal dia dedicado as nagas é o Nagapanchami no mês de Shravam (julho/agosto) que também marca o dia em que Krishna conquistou a serpente Kaliya.
Os templos dedicados a Nagaraja (Rei-serpente) mais importante são Mannarsala no estado de Kerala, onde toda família tradicional tem um bosque na casa onde são adorados as nagakal, e o templo de Nagerkoil em Tamil Nadu.
Muitas dinastias como os kshatrias Nair de Kerala são descendentes das nagas.
As nagas também são importantes em paises de grande influencia hindu como Tailândia, Camboja, Indonésia e Malasya.
Acredita-se que as nagas vivem em Patala ou Nagaloka e tem como capital a cidade de Bhogavati
अनन्तं वासुकिं शेषं पद्मनाभं च कम्बलम् ।
Anantam Vāsukim Shesham Padmanābham cha Kambalam
शंखपालं धार्तराष्ट्रं तक्षकं कालियं तथा ।।
Shankhapālam Dhārtarāshtram Taxakam Kāliyam tathā
एतानि नवनामानि च महात्मनाम् ।
Etāni navanāmāni cha mahātmanām
Tradução
Anantha, vasuki, padmanabh, kambala, shankhapaal, dhartaraashtra, takshak e kaaliya – estes nove são os grandes entre grandes.

Adoração as nagas em Nagpanchami.















Deidades de Nagas sendo adoradas em Kerala.

Adoração a naga em Kerala.

Naga em templo de Orissa.

Naga em parque tailandes.
















Templo de Nagaraja em Nagerkoil, Tamil Nadu.