quinta-feira, 28 de maio de 2009

Andal ஆண்டாள்





















Na tradição dos Sri Vaishnavas (vaishnavas que traçam sua linha discípular desde Sri Lakshmi a esposa do Senhor Vishnu) que estão em sua maioria no sul da Índia, 12 santos são especiamente reverenciados são os chamados Alvar que significa na ligua tamil “imersos” em Deus e no Seu serviço devocional, dentre estes doze existe apenas uma mulher conhecida como Andal.
A história de Andal se passa no século X e começa quando um brahmana chamado Vishnucitta, que depois ficou conhecido como Periyalvar também um dos doze alvars, saiu pela manhã nos jardins do templo de Vishnu em Srivilliputtor, próximo a cidade de Madurai, para colher flores para a sua adoração diaria no templo e deparou-se com uma criança sobre uma árvore de tulasi (nas duas fotos abaixo e mostrado o vaso da Tulasi e o exato local onde Andal foi encontrada), como não tinha família pegou a criança para cria-la como filha e a chamou de Godai que significa “presente da mãe Terra”.
Godai cresceu em meio a uma atmosfera de amor e devoção e seu pai plantou nela também a semente da poesia tamil cantando-lhe canções sobre seu querido Senhor Krishna, contando–lhe os passatempos e ensinando a querida filha na filosofia vaishnava.
Assim desde sua infância a menina desenvolveu um grande amor por Krishna e jurou que só se casaria com Ele e mais ninguém e até se recusava a pensar que um ser humano poderia ser seu marido. Ela se imagina como a noiva de Krishna e cresceu com a esperança de apenas atingir a idade para poder se casar logo com seu grande amor, Sri Krishna. Neste período ela escreveu poemas a Krishna onde se descrevia como Sua noiva e escolhida e da inveja que ela sentia das gopis e das esposas de Krishna.
Seu pai Vishnuccita era responsável por preparar as guirlandas de flores para a adoração no templo e ela o ajudava, mas sem o conhecimento de seu e perdida de amor por Krishna ela pegava as guirlandas preparadas se adornava com elas e ia perante o espelho se imaginar como ficaria bela como uma noiva para seu grande amor e depois recolocava as guirlandas no local para serem levadas à deidade no templo.
Certo dia junto com os outros brahmanas seu pai descobriu fios de cabelo pertencentes a sua filha na guirlanda, ficou furioso e reprimiu duramente sua filha pelo ocorrido pois ninguém deve usar algo antes de oferecer a Deus, atirou a guirlanda fora e fez outra para ser levada ao templo.
Naquela mesma noite o Senhor Krishna apareceu em sonho a Vishnucitta e perguntou por que ele havia se livrado da guirlanda usada por Godai ao invés de ter oferecido a mesma a Ele, pois a guirlanda nova não havia o cheiro do corpo de Godai e que Ele (Krishna) preferia as guirlandas usadas antes por ela e acabou dizendo: Por favor pode continuar a me dar as guirlandas antes usadas por ela?
Vishnucitta acordou estupefato e chorando copiosamente de alegria e remorso por não poder entender a extensão do amor de sua querida filha por Deus ao ponto Dele mesmo se manifestar e fazer o pedido que fizera. A partir daquele dia Godai ficou conhecida como Andal que significa aquela que “governa” Deus.
Andal cresceu se transformando em uma bela jovem e aos quinze anos (idade para o casamento naquela época) quando seu pai perguntava se ela queria aceitar um exposo ela recusava-se veementemente dizendo que só se casaria com o Senhor de Vrindavana (Krishna) na forma de Sri Rangannatha que fica no grande templo de Sri Rangam ( o centro do Sri Vaishnavismo e maior templo do mundo) seu pai ficava inconsolado e não sabia como agir, então uma noite o Senhor apareceu a Vishnucitta e lhe informou que Andal deveria ser mandada a Sri Rangam para desposa-Lo com todos os paramentos de uma noiva digna Dele, novamente o devoto se viu apavorado de felicidade e tristeza, felicidade pois sua filha havia atingido seu objetivo e tristeza pois eles se separariam. Ao mesmo tempo o Senhor apareceu para os devotos do templo de Sri Rangam e lhes informou que preparassem todos os arranjos para Seu casamento com toda a pompa pois Sua noiva estava a caminho e era a jovem Andal.
Os devotos de Srivilliputtor fizeram todos os preparativos e uma grande comitiva foi até Sri Rangam levando Andal sobre um palanquim, a expectativa e a excitação de Andal almentavam conforme ela se aproximava de Sri Rangam tanto que ao entrar no templo, sem poder esperar mais, saltou do palanquim se dirigindo a deidade de Rangannatha no altar e O abraçou fazendo com que uma luz gloriosa irradiasse do casal na frente de todos e então se fundiu na deidade.
Hoje Andal é a santa mais amada dos tamis, ela é considerada uma encarnação de Bhumi Devi a mãe Terra e esposa do Senhor que pareceu para mostrar-nos o caminho da devoção. Em todos os templos da Sri Sampradaya tanto dentro quanto fora da Índia sua deidade é instalada junto ao Senhor como é o seu desejo.
Seus dois trabalhos escritos o Tiruppavai onde ela se vê como uma gopi junto à Krishna e o segundo chamado Nacciyar Tirumozi com 143 versos onde Andal expressa seu grande amor por Vishnu com grandes tiradas filosóficas misturadas a textos retirados dos Vedas e dos Puranas.

Nas fotos deidade de Sri Krishna e Andal, gopura (portao) do templo de Vishnu em Srivilliputtor e deidade de Andal vestida como noiva sendo levada em um palanquimem seu templo tambem em Srivilliputtor.


Foto do dia. Nova coroa para Sri Venkateswara.


Umas de minhas deidades mais queridas é Sri Venkateswara Perumal (Vishnu) que coloquei um post a pouco tempo, no post falei sobre a riqueza da deidade em especial as coroas.

Na foto uma coroa que foi recentemente presenteada à Sri Vishnu pelo Sankaracarya de Kanchipuram Jayendra Saraswathi, tem 13 kilos em ouro diamantes, rubis e esmeraldas e estima se que custou por volta de Rs 15.000.000,00 ( 15 milhões de rupias não de reais).

Foi dada em doação pelos 50 anos da ascensão como sucessor de Adi Sankaracarya em Kanchipuram.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Foto do dia. Criança em Guruvayur.


No templo de Sri Krishna em Guruvayur, estado de Kerala, o ritual de annaprasana, quando a criança come alimento sólido pela primeira vez, é uma dos principais rituais realizado no templo.
Na foto a criança no colo do pai com adornos tradicionais de ouro e olhos pintados com kajal não só por estética mais por que tira o "mau olhado",por iso é comum se pintar os olhos na Índia independente de sexo e idade, além disso o kajal é feito com substâncias ayurvédicas que funcionam como um colírio protegendo os olhos.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Sambandar







Por volta do século sete na sul da Índia um pujari (sacerdote que faz os ritos do templo) e devoto de Shiva chamado Sivapada Vrundiyar foi com o seu filho e esposa para o templo de Shiva, sempre orando pedindo para que Shivaismo prevalecesse sobre o Jainismo que era muito poderoso na época, pedia a Shiva alguém para fazer com que os Vedas prevalecessem.
A pujari foi banhar-se com a esposa no lago do templo e seu filho de três anos reclamava pedindo comida, o pai disse que o alimentaria assim que acabasse o puja pensando que era uma simples reclamação infantil, entre mentes o pai resolve mergulhar nas águas do lago e o seu filho chorando não nota quando o pai entra para o fundo da água, ao voltar a visão para o lago a criança não vê seu pai e volta-se chorando e correndo para a torre à entrada do templo gritando Amme Appa, em tamil “pai, mãe”, e olhando para a imagem esculpida de Shiva e Parvati na torre, então os grandes pais do Universo (Shiva e Parvati) aparecem perante a criança montados em um touro branco, e tomada de amor Parvati Devi pega a criança em seu colo e a alimenta com o próprio seio e lhe entrega mais um copo de ouro com o leite sagrado, que continha todo o conhecimento do universo.
Seu pai após sair do banho e vendo seu filho feliz com o copo de ouro vazio na mão lhe pergunta bravo quem lhe alimentara com leite e que ele não deveria sair aceitando comida de qualquer pessoa, pois viu gotas de leite escorrendo da boca da criança, pegou uma varinha como que para bater no filho que começou a chorar e apontou para a imagem do casal divino na torre do templo e começou a entoar hinos em louvor a Shiva e Parvati que deixaram seu pai estupefato. A partir deste momento o menino ficou conhecido como Tiru Jnana Sambandar ou aquele que recebeu o divino conhecimento do Senhor.
Diariamente a criança cantava hinos em louvor a Shiva no templo, batendo palmas para marcar o tempo e então Shiva lhe apareceu e deu um par de címbalos de ouro, vendo o ocorrido as pessoas começaram a adorar a criança que continuava a cantar para Shiva, tão bela era a canção que até Narada Muni apareceu para ver.
Sambandar então começou a peregrinar com seu pai pelos templos de Shiva primeiro em Chidambaram ( o templo famoso de Shiva Nataraja ),onde foi louvado por todos os brahmanas.
Em suas andanças fazia vários milagres como curar doentes e até ressuscitar um morto além de multiplicar moedas de ouro, mas só suas músicas em louvou a Shiva e Parvati já eram suficientes para acabar com o sofrimento das pessoas.
Nesta época o rei da cidade de Madurai era jainista e perseguia os seguidores dos Vedas, e dois ministros que disfarçadamente ainda continuaram hindus sabendo da fama do jovem brahmana decidiram convida-lo para Madurai para que Sambandar trouxesse o rei novamente ao hinduismo.
Na chegada do santo à Madurai os jainas tentar-lhe fazer com que fosse embora de qualquer maneira usando de todas as artimanhas junto ao rei, até que convenceram o rei a atear fogo no acampamento de Sambandar e seus seguidores, ao ver o fogo o santo só com sua devoção e mantras extinguiu o fogo que se transformou em uma doença que atacou o rei, fazendo com que sua pele queimasse. A rainha sabendo das historias referentes a Sambandar convenceu o rei a dar uma audiência ao brahmana, Sambandar foi bem recebido apesar dos olhares desaprovadores lançados pelos jainas.
O rei decidiu fazer uma disputa filosófica entre Sambandar e os jainas para ver quais das duas religiões o Jainismo ou Hinduismo era superior, Sambandar concordou mais pediu que para que a reunião acontecesse o rei deveria ser curado antes, pois o fogo que ele enviara voltara para ele como uma doença terrível, ao que o rei concordou dizendo que cada grupo cuidaria de um lado de seu corpo.
Do lado esquerdo os jainas com mantras e penas de pavão tentavam curar as dores do rei mais ela só fazia aumentar, do lado direito Sambandar com cinzas (vibhuti sagrado para Shiva) entoava mantras e aplicava na pele do rei que melhorava instantaneamente e então passou para o outro lado deixando o rei totalmente curado. A rainha e os ministros vendo o ocorrido caíram aos pés de Sambandar, mas os jainas disseram que a cura não era milagrosa e que o jovem brahmana não os venceria em uma disputa filosófica.
Os jainistas dizendo que como eram portadores da verdade deveriam eles e os hindus liderados por Sambandar colocar seus livros sagrados escritos em folha de palmeira no fogo, o que contivesse a verdade não seria queimado ao que Sambandar concordou, os livros jainas foram consumidos ao passos que as escrituras hindus não.
O rei decidiu, então por misericórdia, dar mais uma chance aos jainas e eles disseram para que as escrituras de ambos os grupos fossem levadas ao rio Vaigai que corta a cidade, as que flutuassem contra a corrente sairiam vencedoras, pois continham a verdade absoluta, Sambandar aceitou mais um devoto hindu perguntou qual seria a punição para os perdedores e os jainas com raiva disseram que os perdedores deviam ser enforcados.
Ao chegar às margens do rio os jainas colocaram uma folha com seus ensinamentos no rio e esta foi levada pela corrente, Sambandar então colocou um de seus hinos a Shiva e esta deslizou água acima com delicadeza, os jainas por sua própria vontade foram enforcados, o rei então voltou a ser hindu e se devotou com firmeza a Shiva e a cidade de Madurai voltou a ser o local sagrado que sempre foi a séculos.
Sambardar passou o resto de seus dias viajando e pregando contra o jainismo e buddhismo até que Shiva o chamou de volta a Kailasha Sua morada eterna.

Foto do dia. Vishnu Durgai.

ஸ்ரீ விஷ்ணு துர்க்கை ou Sri Vishnu Durgai minha querida deidade da MayaShakti de Sri Vishnu em um close no altar da minha casa.
Verdinha ( antes A tinha pintado de dourado, acho que Ela não gostou muito) verde é a cor tradicional de Durga Devi em muitos estados do Sul da Índia.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Shiva protetor de Vrindavana























Nas fotos a linga de Gopiswara Mahadeva vestida como Gopi e sem a vestimenta e mais abaixo decorada com flores.














Em Vrindavana, a terra eterna de Sri Krishna, quem você acha que é o guardião?
Quem respondeu Shiva acertou , Shiva é o protetor da sagrada Vrajamandala, ou da região geográfica e espiritual que emgloba Vrindavana, Mathura, Govardhana, Varsana e outras aldeias ligadas aos passatempos de Krisnha, existem na área de hoje pertencente ao distrito de Mathura vários templos dedicados a Shiva como o protetor do dhama sagrado.
O mais famoso e importante destes templos é o Sri Gopiswara Mahadeva que fica em Vrindavana na região de Vamsivata, além deste outros importantes templos de Shiva são: Pippaleswara, Gokarneswara , Bhuteswara e Rangeswara em Mathura, Kundeswara em Radha Kunda, Cakaleswara, Kameswara, Nandiswara em Vrindavana.
A maior parte destas Shiva lingas foi instalada pelo bisneto de Sri Krishna chamado Vrajanabha.
Cada uma destas deidades tem sua história, Nandiswara, por exemplo, se manifestou em um passatempo em que Shiva apareceu na casa de Nanda Maharaja e Yasodha ( para quem não sabe os pais adotivos de Sri Krishna) para ver o bebe Krishna, ao ver a aparência nada comum de Shiva ( corpo coberto de cinzas, cabelo em desalinho, serpentes no pescoço e colar de crânios) mãe Yashoda tomando Shiva por um ypgi comum não concordou em mostrar-lhe o filho, então Shiva foi para uma floresta próxima, Krishna então começou a chorar de forma estridente e ninguém conseguia faze-Lo para de chorar, ao perguntar as gopis mais velhas ( quando Krishna nasceu mãe Yashoda tinha 25 anos) o que poderia ter ocorrido e juntas chegaram a conclusão que isso devia ser devido a não terem tratado um hóspede da maneira certa então as gopis foram atrás do “ yogi tantrico”.
Após chegarem com o Senhor Shiva perante a criança Ele parou de chorar e abriu um grande sorriso, feliz por que a “yogi” fez Krishna para de chorar mãe Yashoda pergunta o que poderia dar em agradecimento e Shiva responde que só quer ter sempre acesso para ver a bela criança e receber os restos de Sua comida. E desde então os pujaris do templo de Nandagrama (onde fica a linga) oferecem primeiro o alimento a Krishna e depois ao Senhor Shiva.
O passatempo de Cakaleswara já se passou com Sanatana Goswami ( um dosi seis grandes Goswamis de Vrindavana discípulos diretos de Sri Krishna Chaitanya Mahapabhu) ele vivia próximo ao templo de Cakaleswara onde fazia suas devoções a Krishna mais a região era tão cheia de mosquitos que ele resolveu se mudar o Senhor Shiva então na forma de um brahmana e diz a Sanatana que os mosquitos não iriam mais atrapalhar, até hoje os habitantes dizem que não existem mosquitos na área.
O passatempo mais interessante com o Senhor Shiva na área de Vrindavana é o de Gopiswara Mahadeva, durante a dança de Rasa ( de Krishna com as gopis) o Senhor Shiva queria vera dança mais foi barrado pelas gopis pois era um homem e não poderia entrar para ver a dança, então foi informado para tomar um banho no Manasa Kunda ( um lago de Vrindavana) e após o banho tomou a forma de uma gopi, Krishna ao ver Shiva disfarçado entra as gopis deu bênçãos a Ele e disse que daquele momento em diante o Senhor Shiva seria o guardião da Rasa-mandala e para entra em Vrindavana era necessário a permissão do Senhor Shiva como Gopiswara ou o Senhor das Gopis, e desde então e necessário ao entra em Vrindavana se dirigir ao templo de Gopiswara Mahadeva e humildemente pedir-Lhe permição para entrar em Vrindavana.
A posição do Senhor Shiva é única no universo, como é explicada no Sri Brahma Samhita 5.45 e nos significados de Srila Bhaktiveddhanta Saraswati Goswami (mestre de Srila Prabhupada):
kshiram yatha dadhi vikara-visesha-yogat
sanjayate na hi tatah prithag asti hetoh
yah sambhutam api tatha samupaiti karyad
govindam adi-purusham tam aham bhajami
Assim como o leite é transformado em coalhada pela ação de ácidos, não obstante a coalhada não é igual, nem diferente de, a sua causa, o leite, portanto adoro o Senhor Primordial Govinda que no estado de Sambhu (Shiva) é uma transformação da realização do trabalho da destruição.”
No significado Srila Bhaktisiddhanta diz:
“Shambu não é um segundo Deus ou outro senão Krishna. Aquele que mantem tal sentimento discriminante, cometem uma grande ofensa contra o Senhor Supremo. A supremacia de Shambhu é subserviente à de Govinda; logo, eles na realidade não são diferentes um do outro.”
Muito mais poderia ser falado sobre a relação entre Krishna e Shiva ou Shiva e Vishnu (podem ver o post sobre Harihara) mais ai entraríamos em rios de filosofia.

Cakaleswara, Kameswara.

Bhuteswara

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Foto do dia. Templo de ouro.

Recentemente foi inaugurado em Sripuram proximo a Vellore no estado de Tamil Nadu um templo dedicado a Mahalakshimi Narayani em ouro, isso mesmo ouro.
O templo fica no centro de um parque numa bela região proximo a colinas, é um templo shakta (dedicado a Deusa) que pelo jeito Ela abençoou.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Foto do dia. Caverna em Badami.


Vista do interior de uma caverna em Badami um dos mais antigos exemplos de arquitetura escavada na rocha da Índia.

Varuna वरुण

Varuna em escultura balinesa.














Varuna वरुण, é o deus dos líquidos mais particularmente do oceano, nos Vedas, onde é adorado em vários hinos, é descrito como chefe dos Adityas (filhos de Adity) ligado a noite e muito unido a Mitra (aspecto divino da ordem cósmica também adorado no oriente médio e em todo o Império Romano, onde era chamado Mithras, até na Inglaterra), que passaram a ser geralmente referidos como Mitra-Varuna, são guardiões do rta ou da ordem Universal.
Varuna também é guardião do ocidente, reside no oceano e é servido pelas nagas (ver post serpentes divinas),representado como um jovem de cor amarela que carrega entre outras armas um laço (pasha) geralmente feito de serpentes e um pote de água, monta um mostro marinho chamado makara uma mistura de elefante e crocodilo.
Alguns Puranas citam Varuna em suas Histórias como, por exemplo, no Bhagavata Purana , quando o pai adotivo de Sri Krishna, Nanda Marahaja é preso por Varuna por adentrar em um rio sagrado antes do horário permitido (o amanhecer), também é citado no Ramayana, quando por demorar a atender as orações de Rama, este irado ameaça o oceano e os seres que lá habitam por sua raiva as águas começam a esquentar e temendo por suas vidas os seres marinhos buscam a intervenção de Varuna que, após desculpar-se como Rama (que é o próprio Senhor Vishnu), ajuda Rama a atravessar suas águas dizendo que o oceano suportaria qualquer pedra que tivesse o santo nome de Rama escrito.
Hoje Varuna é regularmente adorado somente pelos hindus Sinddhis, no Paquistão, que o tem como deidade principal.
A história da importância de Varuna para este povo aconteceu após o século X em que a região foi dominada pelos muçulmanos. O governante da região Mirkshah chamou os lideres hindus e comunicou-lhes “convertam-se ou preparem para morre” os hindus apavorados pediram um prazo até a publicação do édito real sobre o assunto ao passo que o Shah deu aos hindus 40 dias para se despedirem de seu Deus.
Os sindhis então foram pedir ao deus das águas Varuna para que fossem libertos das perseguições dos muçulmanos, e por quarenta dias fizeram penitencias, sem cortar cabelo, barba e jejuando, entoando canções e orações a Varuna.
Após quarenta dias uma voz foi ouvida vindo do céu “não temam, irei salva-los do demoníaco Mirshah. Aparecerei como um mortal filho de Mata Devaki na casa de Matachand Lohano em Nasarpur”
Meses após a revelação correu a noticia que Mata Devaki deu a luz a um belo garoto, este abriu os olhos e a boca e dela saiu o rio Sindhu (Indo) e das águas surgiu um homem de idade com as pernas cruzadas sentado em um peixe Pala que só nada contra a corrente e se tornou novamente uma criança, na hora do nascimento, fora da estação, imensas nuvens se reuniram e caiu uma chuva torrencial. O salvador Varuna realmente veio em ajuda aos hindus.
A criança foi chamado Udayachand ou “Lua nascente” pois ele seria a luz na escuridão para os Sindhis, o berço da criança balançava sozinho e por isso ele foi apelidado de Jhulelal que significa “criança balançante”.
As historias sobre o nascimento da criança chegaram aos ouvidos do Shah ao que ele fez com que fossem chamados os lideres hindus, estes pediram mais prazo para o Shah e informaram que seu salvador o próprio deus das águas Varuna tinha nascido entre eles. Mirkshah ridicularizou os hindus por acharem que uma criança os salvaria e disse ” não sou eu que estou indo em direção a morte e sim vocês, que não deixaram esta terra com vida”. “Esperarei”,zombou o Shah,” e quando seu salvador abraçar o islã, vocês também o seguirão” lançando com arrogância um desafio aos hindus.
Entre mentes o Shah decidiu se livrar da criança e mandou um ministro dar-lhe uma rosa envenenada que só por ser cheirada já mátaria um adulto.
Chegando a casa da criança o ministro ficou boquiaberto pela beleza da criança, nunca vira criança igual aquela, entregou-lhe a rosa fazendo com que a criança abrisse um enorme sorriso e então ela cheirou a rosa com força. A rosa caiu aos pés do atormentado ministro que via a criança se transformar em um velho de longa barba e depois em um jovem de dezesseis anos, que se manifestou como um jovem cavalheiro com uma espada flamejante em suas mãos sobre um cavalo acompanhado de um grande exercito, o ministro então caiu de joelhos e com as cabeça no chão e orou “ Tenha misericórdia de mim Senhor de Sindh, estou convencido sobre vós”.
Ao retornar o ministro narrou o ocorrido a Mirkshah que não acreditou no que ouviu e disse ao ministro que criançãs não se transformam em velhos e o que o ministro teria visto era só magia, mas mesmo assim o Shah ficou com medo em seu coração, a noite sonhou com uma criança sobre seu pescoço e que ela se tornava um velho e depois um jovem que o vencia em batalha.
O tempo foi passando e a criança crescendo em estatura e espírito, fazendo milagres e curando os doentes, o povo todo tinha certeza que Varuna tinha vindo salvá-los.
Enquanto isso os clérigos islâmicos pressionavam o Shah a converter os infiéis hindus e temendo a ira dos clérigos ele pediu ao seu ministro que arrumasse uma reunião com Jhulelal.
O ministro, que já havia se convertido para o hinduismo, não sabia o que fazer e sentou-se a beira do Rio Sindho (indo) orando a Varuna , para a sua surpresa apareceu o mesmo homen idoso sentado sobre um peixe a flutuar nas águas do Sindhu, o ministro prestou-lhe reverencias e então surgiu novamente o jovem com espada na mão e uma bandeira na outra(imagem abaixo), o ministro sabendo que ele era Varuna contou-lhe a vontade do Shanh ao que Jhulelal se dirigiu ao palácio do governante muçulmano.
Chegando ao palácio apareceu no pátio perante ao Shah e explicou-lhe “Tudo que você vê a sua volta é a criação de um só Deus, vocês o chama de Alá e os hindus de Iswara”, os clérigos muçulmanos esbravejaram e disseram ao Shah para não dar ouvidos ao infiél e sim para coloca-lo a ferros, com medo o Shah mandou que seus soldados prendessem o jovem.
Os soldados foram em direção a Jhulelal mas do nada veio um grande onda de água que os jogou para o outro lado do pátio junto com os clérigos e o Shah, e o palácio ao mesmo tempo irrompeu em chamas e as saídas ficaram bloqueadas pelo fogo, Jhulelal dirigiu se ao Shah “Mirkshah reflita, seu Deus e o meu é o mesmo. Então por que você persegue meu povo?”
O Shah terrificado pediu a Jhulelal para que os salvasse da morte junto com seus cortesãos, então a água retrocedeu e o fogo se apagou, o Shah se curvou em respeito e prometeu que daquele dia em diante trataria hindus e muçulmanos igualmente, então Jhulelal pediu aos hindus que construíssem um templo em memória a mudança do Shah e que neste templo devia ter sempre acesa uma lamparina e água sagrada estocada, nomeou então seu sobrinho de nome Pagad como sacerdote e lhe transmitiu ensinamentos que são seguidos por um grupo hindu chamado Daryahi, e algum tempo depois na aldeia de Thijahar, Jhulelal decide deixar sua forma terrena. Perante hindus e muçulmanos desapareceu nas águas, ambos os grupos construíram no local um samadhi (sepulcro hindu) e um darghar (sepulcro muçulmano) lado a lado.
Até hoje Jhulelal e a deidade central da comunidade Sindhi.
Varuna também ainda é muito cultuado pelos hindus da ilha de Bali.
Templo de Varuna em Karachi no Paquistão.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Foto do dia. Deepas para Hanuman.


Fiéis purificam-se ao tocar nas lamparinas oferecidas a uma imagem do macaco Hanuman no Meenakshi Sundareswara koil (templo) em Madurai, Sri Hanumanji é adorado por todos os hindus vaishnavas ou shaivas, pela sua lealdade a Sri Rama e pelo poder representado por ele.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Foto do dia. Vishnu em Angkor Wat.


Os raios do sol iluminam a deidade de Vishnu no templo de Agkor Wat no Camboja, considerado um dos maiores complexos religiosos do mundo, antigamente era conhecido como Vha Vishnuloka.
Hoje em ruínas, o templo foi transformado em edificio buddhista, mais até hoje a deidade de Vishnu recebe adoração como se percebe na foto.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Sri Venkateswara, Senhor da opulência.





















Sou vaishnava, isso todos sabem, portanto vou sempre puxar as coisa para o lado do Senhor Vishnu, o que não é novidade também, mais neste caso nem preciso puxar, pois o templo mais rico no mundo é o do Senhor Venkateswara ( Senhor da montanha de Venkata) na cidade sagrada de Tirupati sobre as montanhas de Tirumala no estado de Andra Pradesh, esta deidade de Vishnu é a mais poderosa, bela, rica, magnânima, poderosa, etc., etc,. etc., nos três mundos.
Srila Prabhupada refere-se sobre Sri Venkateswara falando que Ela não é uma deidade e sim o próprio Senhor.
O templo recebe diariamente mais de 30.000 mil devotos em dias comuns e 100.000 mil em dias festivos (muito mais que Meca ou o Vaticano), o que faz com que a espera nas filas para ver a deidade possa ser de até 24 horas, al qual ninquem reclama, ficam todos cantando os santos nomes do Senhor, todo hindu deve ir pelo menos uma vez na vida no templo, sendo vaishnava ou não.
É dito que o Senhor Vishnu vai a Puri como Jagannatha para comer (Puri tem a maior cozinha do mundo), a Sri Rangam como Rangannatha para descansar ( Sri Rangannatha representa o Senhor dormindo), mais é em Tirupati como Venkateswara que Ele demonstra a Sua opulência.
O templo esta localizado sobre a montanha de Venkata ( uma manifestação de Ananta Sesha) para os mais entusiasmados é uma subida com 4.047 degraus (foto de parte da escadaria) ou uma subida via ônibus ou carro a partir de cidade de Tirumala.
A historia da manifestação de Sri Vishnu neste local é contada em 12 Puranas , onde se diz que a deidade realiza o desejo de qualquer um que peça com devoção, por isso também é tão famosa.
A adoração no templo é feita pela Sri Sampradaya ( que são muito organizados e conhecidos pelos rituias elaborados) são 15.000 brahmanas para uma deidade!!!
O templo não é um dos maiores da Índia em área, são 126.5m por 80 metros, mas por causa da multidão ele parece ser menor, a marca principal do templo é o veemana (torre sobre a deidade) chamada Ananda Nillayam (abaixo) e é coberto por ouro sólido martelado assim como a coluna da bandeira (dwajasthamba) e as portas do altar.





















Diariamente mais de 100.000 luglus ( um grande doce tipo ladoos ) são feitos na cozinha do templo para ser distribuído como prasada.
O templo recebe uma média de no mínimo US$ 30.000,00 por dia de doações. Os tesouros da deidade tem, por exemplo, em suas jóias particulares 700 kilos de ouro e US$ 700.000.000,00 em pedras preciosas, isso sem contar uma das coroas de diamantes feita na Antuérpia ( a capital dos diamantes) que é considerada a peça de joalheria mais cara do mundo e o Meru Pancha a maior esmeralda do mundo com 7,62 cm de diâmetro.
A deidade principal(foto abaixo muito rara) em pedra é auto-manifesta e tem dois metros de altura, esta no chão sobre um lótus, tem quatro braços , cujo dois superiores carregam o búzio e o disco, e os inferiores estão um sobre a Sua cintura e outro dando bênçãos (varada Mudra), Sri Alarmelmangai Nachchiyar (Lakshmi) fica do lado direito do peito do Senhor ( o templo da deidade principal de Sri Lakshimi Devi na cidade de Tirumala, na parte de baixo da montanha), Seus olhos estão fechados e cobertos por uma grande tilaka feita de cânfora ( tem um passatempo interessante de quando Ela abriu os olhos no post de Ramanujacarya).




















A programação do templo começa as 3:00 da manha com o mangala-arati e vai até as 22:30 quando a deidade vai para a cama.
O Abhisekha (banho ritual) das terças- feiras ( na deidade pequena), onde são oferecidas 108 flores de lótus de ouro é muito concorrido e o ticket deve ser comprado com pelo menos um ano de antecedência!!!, e os banhos da deidade grande que é sempre as quintas-feiras tambem devem ser consequido com antecedencia pois só e visto por uma média de cem pessoas por quinta.
Muitas personalidades visitaram o templo, de Sri Krishnadevaraya o rei que construiu a maioria do complexo (foto abaixo com suas esposas) passando por Sripada Ramanujacarya , que organizou a adoração no templo ( ver post Sobre Srila Ramanujacarya) além de Srila Prabhupada.




















A deidade pequena (para eles) se chama Sri Malayappa Swami e é usada nas procissões e outros rituais não sendo considerada diferente na deidade original geralmente acompanhada de Suas consortes Sri Devi (Lakshimi) e Bhu Devi (Bhumi) , além destas outras deidades são adoradas no templo, são:
-Sri Varadaraja Swami , um forma de Vishnu à entrada do templo.
-Sri Yoga Narasimham.
-Sri Ramanuja.
E no altar principal além do Senhor Venkateswara estão:
-Bhoga Srinivasa , uma replica em prata da deidade de Venkateswara, que nunca sai de perto da deidade principal sendo ligada a ela por um cordão de seda e que recebe os banhos diários.
-Sri Malayappan a utsava murthi.
-Ugra Srinivasa, ou o Vishnu irado com uns 60 cm de altura, é dito que o sol nunca pode tocar esta deidade pois senão o calor emanado destruiria o mundo.
-Koluvu Srinivasa, é a foram do Senhor que supervisiona o trabalho do templo, que toda manha é colocada sobre um trono e lhe é mostrado o calendário referente ao dia com programações e necessidades do templo.
-Sri Sita Rama Lakshimana e Sugriva.
-Sri Sri Rukmini Krishna.
-Sri Chakra Alvar (Sudarshana Chakra)
Todos os visitantes do templo têm direito a prasada (alimento santificado), acomodação e tratamento médico!!!, tudo provido pelo Tirumala Tirupati Devasthanam (TTD) o órgão que administra o templo.
O principal festival do templo o Brahmotsava, acontece entre Setembro e agosto e dura 11dias e a deidade sai duas vezes por dia em procissão com uma roupa e um vahana (montaria ou veiculo) diferente de cada vez.











Abaixo as principais roupas do Senhor segundo o dia da procissão (detalhe o que voce ver dourado é ouro e brilhando é pedras mesmo) :

Primeiro dia-
Tarde- cerimônias para abertura do festival chamadas Mrtsangraham.













Segundo dia-
Manhã- Dwajarohanam ou astiamento da bandeira de Sri garuda mancando o começo do festival com a Presença das deidades de Garuda e Seshanaga.
Tarde-Periya Sesha Vaharam o Senhor sobre Ananta Sesha com Suas esposas Sri e Bhu.































Terceiro dia-
Manhã-China Sesha Vaharam o Senhor sobre uma Ananta Sesham pequena.
Tarde- Hamsa Vaharam o Senhor sobre um cisne como Saraswati, o cisne representa a pureza e o discernimento, e Saraswati como deusa da sebedoria também é um representante do sEnhor.































Quarto dia -
Manhã- Simha Vaharam o Senhor sobre um leão o que atesta sua realeza pois o leão é um simbolo real.
Tarde- Muthu Pandal Vaharam o Senhor desfila sobre uma carruagem decorada de inúmeras pérolas, o Senhor aparece como Krishna matando Bakaasura, o demonio que apareceu como uma enorme garça.















Quinto dia-
Manhã- Khalpa Vrisksha Vaharam o Senhor sai Sobre uma árvore dos desejos como Krishna Kaliya.
Tarde- Sarva Bhoopala Varaham que significa quardiões do universo, o Senhor esta vestido como Rajagopala ou o "pastor real".



































Sexto dia-
Manhã- Mohini Alankaram o Senhor sai sob a forma de Sua encarnação feminina de Mohini Murthi.
Tarde- Garuda Sevai o Senhor sai sobre os ombros de Sri Garuda.








































Sétimo dia-
Manhã- Hanumantha Vaharam o senhor sai sobre os ombros de Sri Hanuman.
Tarde- Gaja Vaharam o Senhor sai sobre um elefante.





















Oitavo dia-
Manhã- Surya Prabha Vaharam o Senhor sai com a refulgência do sol na forma de Sri Krishna.
Tarde- Chandra Prabha Vaharam o Senhor sai com a refulgência da Lua na forma de Sri Krishna.










































Nono dia-
Manhã- Thiru Ther simplesmente um carro de ouro, é dito quem o puxa ou simplesmente vê este carro nunca mais nasce neste mundo, só rs.
Tarde- Aswah Vaharam o Senhor sai sobre um cavalo dourado, como Kalki.




















Décimo dia-
Manhã- Chakra Snanam ou o banho de Sri Sudarshana e das deidades no tanque do templo, é onde se pedem desculpas pelas possíveis ofensas cometidas no festival.
Tarde- Dwajavarohanam a bandeira de Garuda é retirada marcando o fim do festival a deidade aparece vestida como Rama.


















Para quem acha muita demonstração de riqueza, é mesmo , pois o Senhor é a fonte de toda a riqueza, para quem acha que a Índia é pobre o povo passa fome blá blá blá um indiano humilde disse (que estava em êxtase ao ver o festival) “ Eu como arroz não ouro, e aqui eu posso ver sempre isso! e se todo este ouro estivesse com os ricos ou em bancos nunca eu iria ver”.